terça-feira, 16 de novembro de 2010

GESTÃO DO CUIDADO E VIOLÊNCIAS

Apreender práticas baseadas na humanidade de si e do outro foi a primeira provocação feita pela Escola que Protege. O que poderia ser algo natural que é a convivência, a relação com o outro e a afetividade, hoje nos parece um desafio inédito. Conhecer e compreender o contexto social ao qual se está inserido é uma necessidade premente que vem acompanhada de outras necessidades: repensar o preconceito, as diferenças; aprender a conviver e no nosso caso, rever as relações de poder e conhecimento (de si e do outro). A Gestão do Cuidado refere-se a um Código de Atitudes e neste a “superação teórico-vivencial dos discursos”. Para que o cuidado e a proteção se efetivem é importante refletir, aprender a olhar, compreender a “atividade humana em favor da vida”, sair do ostracismo e praticar a comunhão, ouvir, identificar limites, culturas, compreender a violência calcada nas relações de dominação, transpor as barreiras do subjetivo e finalmente interagir com TODOS os atores envolvidos (Rede), contra a segregação e a favor da convivência. Talvez o termo compreender esteja repetitivo nesse desenvolvimento do pensamento a partir da concepção de escola, mas convém, porque a esperança que se vê esplanada por Paulo Freire está contida no subtexto ao compreender e nesse aspecto a violência também. Me perguntei durante todos os momentos de leitura, qual o sentimento dos Assistentes Sociais, por exemplo, no tocante ao cuidado com os assistidos. Desenvolvi o pensamento a partir da proposta de conhecer-me a mim mesma, do conhecimento que o outro tem de si, da crença que tenho nas práticas que desenvolvo, tanto pessoais quanto profissionais, que estão diretamente ligadas à forma como me expresso, como atuo na vida. Depois passei a questionar a minha fé, a crença em tudo o que meu falar contem e me perguntei se meu discurso confirma a minha atuação e integra a compreensão que o outro tem de mim. Seguí em frente repensando a expressão corporeidade que ao adoecer, perde a vitalidade, o estímulo para continuar trilhando e nos conduz à reafirmação da prática historicamente concebida, opressiva e autoritária.  Concluo ressaltando a significação da violência que começa no profissional que sou eu e termina na prática que desenvolvo com aqueles que dela necessitam. Volto a me apegar na esperança como meta.

                                                                 Cida Rolim – Assistente Social do CREAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário